domingo, 29 de maio de 2011
A FUNDAÇÃO DO RECIFE (NOVA LUSITÂNIA)
Há muitos anos atrás comecei a pensar na minha cidade natal – O Recife – desejoso de saber a data do seu nascimento. Para isso, eram necessárias investigações históricas, estudos apurados. Foi o que fiz, tanto quanto me foi possível, em virtude de serem poucos os historiadores coevos que ocupando-se da colonização da Nova Lusitânia, ou melhor de Pernambuco, pouco também se referiam à povoação, origem da cidade do Recife. Acresce que os documentos relativos ao período de 1535, início da capitania de Duarte Coelho, até 1630, ano da invasão dos holandeses, são diminutos quando se referem à formação do Povoado do Recife, o qual era o Porto de Olinda.
Todavia, não desanimei. Procurei ler tudo que se referia ao Recife nos jornais, revistas, livros, colecionando, guardando com patriótico e elevado carinho.
Para chegar a uma conclusão mais ou menos positiva, comecei a apreciar notadamente, a fundação das cidades criadas sem plantas arquitetônicas. Cheguei ao fim convencido de que a maior parte das cidades nascem, como se costuma dizer vulgarmente, ao deus dará. Nos países cujos habitantes são na sua maioria católicos, as cidades se vão aparecendo em volta da religião, isto é, em volta das ermidas, capelas, igrejinhas. Para exemplo, quem quer que viaje pelo interior de Pernambuco, verifica que, ainda hoje, em qualquer povoado nascente, lá está, em saliência profundamente visível, a capela, a ermida, a pequena igreja. É este, sem contestação possível, o caso da cidade do Recife : nasceu e se foi desenvolvendo em volta da Ermida de São Frei Pedro Gonçalves de Telmo, o padroeiro dos mareantes, dos marítimos, dos pescadores, dos primitivos habitantes do Recife, que o invocam pelo nome de Santelmo e também de Corpo Santo.
Origem do texto
Autor : VIANA, Hermógenes
Título : A fundação do Recife
Local da edição : Recife
Editora : Imprensa industrial
Ano da edição : 1959
Página : 3
Acervo : Biblioteca Pública Estadual de Pernambuco ( Coleção Pernambucana )
Vocabulário
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Apurados : investigativos.
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Coevos: contemporâneos, dos nossos dias.
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Diminutos : trazem poucas informações.
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Plantas arquitetônicas: nelas os arquitetos planejam a construção de casas, edifícios, cidades, etc.
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Ermida : uma pequena igreja
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